Ao atravessarmos um deserto,
certamente sentiremos sede e fome. Quando a noite chega nos deparamos com o frio
e nos sentiremos sozinhos. O coração já não sabe para onde correr e a angústia
de uma alma abatida, aos poucos, apaga todas as marcas que Deus permitiu nascer
em nós para nos lembrarmos que Ele esteve ali, conosco.
Quando
estudamos a Palavra, nos momentos de aflições dos homens de Deus sempre teve um
lugar de sacrifício. Em suas últimas horas de vida Jesus esteve no Getsêmani e naquele
lugar, mais uma vez, ele se devolveu ao Pai.
Pedro quando andou com Jesus sobre as águas precisou crer no que não se
podia ver. José, no Egito, também decidiu confiar. Todos eles não viveram pelas
explicações e sim pelas promessas.
O
que dizer então a respeito de Abraão quando Deus pediu Isaque como sacrifício? “...
toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de
Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.”
(Gn 22:2). Isaque foi o filho da promessa, o desejo do coração de Sara e
Abraão. A Bíblia diz que Abraão não negou o seu filho a Deus, ele se redimiu de
toda sua dor e resolveu obedecer seu mestre. O sacrifício maior não foi Isaque
e sim o próprio Abraão. Ele era um servo do Senhor que o temia e reconhecia sua
soberania.
O
que mais encanta na experiência de Abraão é que ele mostra quem estava no trono
do seu coração. Quem ocupa o trono do seu coração? Sua faculdade, seu emprego,
sua família, seu namorado ou namorada? Ou aquela promessa que ainda não se cumpriu? Pode
ser também resposta que você tem
esperado de Deus e ele tem dado somente
o seu silêncio. Podem ser tantas coisas que tem sido prioridade no nosso
coração...
O
Espírito Santo respeita muito nossa liberdade, ele não é invasor. O Senhor não divide
a sua glória com ninguém, Ele quer ter o centro do seu coração, quer estar trono
do seu coração. Isso só irá acontecer se você o convidar. Se já o convidou um
dia, convide outra vez e construa um Monte em sacrifício com Ele.
Moriá
foi o lugar do sacrifício de Abraão, e lá o Senhor proveu. Moriá significa
exatamente isso: providência de Deus. “Deus não vai nos dar nada que não
sejamos capazes de devolver a Ele.” (Luiz Arcanjo) São inúmeras as razões que
nos levam a sofrer, ao deserto... mas em todas elas o que Ele espera de nós é
uma ato de obediência e esperança. Deus não deixou Isaque ser sacrificado. Ele
enxergou profundamente o coração de Abraão e viu que Ele estava no trono, viu
fidelidade. Com certeza isso o deixou alegre!
Deus
conheceu o coração de Abraão e o abençoou. Somos descendência de Abraão e
aquelas bênçãos estão sobre nós também. Precisamos passar a ter outra visão
acerca dos nossos espinhos. Revoltar ou deixar de acreditar não resolverá
nossos problemas, a dor não cessará. Todos nós já tivemos um nível de
experiência com o Pai para sabermos que não estamos sozinhos e que o seu “espera”
também é uma das suas formas de respostas e de agir. A voz do Espírito Santo
não nos engana. Mesmo que nosso coração transborde de angústia... pra onde
iremos? O que fazer? Se somente Ele tem as palavras de cura, restauração...
Como explicar sentir paz em meio às aflições? Somente em nosso coração
encontramos a resposta. É somente no nosso trono com Ele que saciaremos todo o
vazio.
Que
façamos de nós mesmos o Moriá de Abraão! Que nos devolvamos ao Pai como filhos,
e o coloquemos em lugar de honra e glória: nosso trono. Que Ele reine em
nós!
“Sobre
tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da
vida” (Pv 4:23) e o mais Ele fará... Ele está agindo em seu favor, e no tempo
certo Ele entregará o tens esperado, pois, Ele é o único que conhece o profundo e o
escondido. E a cruz que tanto pesa será carregada por Ele.